quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Centro Pe. Pedro Neefs Celebra êxito do P1+2.

A alegria de uma das famílias contempladas com as tecnologias
sociais da ASA na entrega do Caráter Produtivo. 
No começo deste ano, a ASA (Articulação Semiárido Brasileiro) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) celebraram acordo de cooperação para a implementação de tecnologias sociais de captação de água da chuva para a produção de alimentos e criação de animais através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), o termo na região do Médio Oeste Potiguar foi executado pelo Centro Padre Pedro Neefs.

A parceria foi encerrada no inicio deste mês, com a entrega de 320 tecnologias em 03 municípios do Semiárido Potiguar (Janduís, Olho D’água do Borges e Triunfo Potiguar). Muitas famílias agora terão acesso à água para produção, através das tecnologias sociais, como cisternas calçadão, cisternas enxurrada e barreiros-trincheiras. Além disso, cada família também recebeu um incentivo para fortalecer a sua produção de alimentos ou criação de animais. Elas receberam itens como mudas frutíferas, mudas de plantas medicinais, animais e também material destinado à infraestrutura. Cada família definiu o que desejava receber, de acordo com sua aptidão e necessidade, muitas delas, já aumentou a sua produção e acredita que a partir do incentivo do programa poderá melhorar a vida de sua família, bem como a sua renda.

No projeto, também foram realizados 03 intercâmbios intermunicipais e 02 intercâmbios interestaduais, o que significa que ao final do projeto mais de 100 agricultores e agricultoras trocaram experiências de técnicas de manuseio de plantio e inovações no Semiárido. A ação do P1+2 previu também a realização de dois cursos: Gestão de Água para a Produção de Alimentos (Gapa) e Sistema Simplificado de Água para Produção (Sisma). Nesses cursos, as famílias discutiram e debateram a estratégia de utilização da água e técnicas de irrigação como gotejamento e canteiro econômico.

Outro ponto favorável do programa foram às experiências sistematizadas nos candeeiros (boletim), que contou a história de agricultores e agricultoras do nosso semiárido, pessoas que se destacam na sua região pelo seu trabalho e dedicação a agricultura.

Com esta malha hídrica descentralizada, as famílias terão em suas propriedades condições mais adequadas de viver e produzir apesar das estiagens cíclicas naturais da região.  Os agricultores e agricultoras comentam com alegria a chegada das tecnologias sociais da ASA, para Francisco Floriano da Comunidade de Permissão, município de Janduís “a cisterna vai poder manter minha família com frutas e hortaliças, e o que sobrar eu vou poder vender para meus vizinhos, dessa forma, além de garantir a alimentação da minha família, ainda vou ter renda”.

O Centro Padre Pedro Neefs, se sente gratificado em poder ter realizado com tanto êxito esse termo de parceria e acredita que o trabalho está apenas começando, pois ainda a muito que se fazer pelo semiárido potiguar e por todas as famílias de agricultores e agricultoras que vivem no sertão, marcado pela estiagem que agora ganha uma nova paisagem com a chegada das tecnologias sociais da ASA.

Agricultores e Agricultoras visitam tecnologias sociais
no Estado da Paraíba.

Famílias participam de cursos de formação.

Família do Municipio de Olho D'água do Borges mostra
com muita alegria a sua Cisterna Calçadão.

Agricultores e Agricultoras de Triunfo Potiguar participam
de intercâmbio de experiência.

O segundo candeeiro contou a história de Seu Sebastião
e seu trabalho na Agricultura Familiar.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Centro Padre Pedro Neefs realiza intercâmbio de agricultores/as contemplados com o P1+2.

Agricultores/as e equipes técnicas de entidades ligadas
a ASA Potiguar

Nos dias 25 e 26 de Setembro, o Centro Padre Pedro Neefs realizou mais um intercâmbio interestadual, dessa vez a visita aconteceu no Estado da Paraíba, e contou com a participação de agricultores/as beneficiados com as tecnologias sociais do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), dos municipios de Janduís, Triunfo Potiguar e Olho D’          água do Borges/RN.

O intercâmbio aconteceu em dois municípios: Campina Grande e Casserengue/PB. A primeira visita foi ao INSA (Instituto Nacional do Semiárido). No primeiro momento fomos recebidos pelos Professores e Pesquisadores da Instituição, Jonas Duarte, Juscilene, Daniel Duarte, Salomão Medeiros e pelo Diretor Ignacio Salcedo.

Eles fizeram um resgate da caminhada, pedagogia, metodologia utilizada pela Instituição, bem como os acúmulos, desafios e conquistas. Na oportunidade além dos agricultores/as que estavam participando do intercâmbio, estiveram presentes também, diversas Entidades e ONG’s  do Estado do Rio Grande do Norte.

Durante toma manhã foram discutidos aspectos importantes sobre a palma, entre eles: o fortalecimento da proposta da palma forrageira como cultural nobre e de importância econômica; Produzir e repassar raquetes de palma resistentes a Cochoilha-do-Carmim para os produtores; Aumentar a segurança forrageira dos rebanhos; Identificar as variedades mais produtivas e adaptadas às condições edafoclimáticas de cada microrregião.

O professor Daniel destaca também a importância de procurar formas de convivência com o semiárido, segundo ele “a maioria das políticas que vieram para o semiárido, tinham o objetivo de mudar o clima, por isso não foram exitosas, porque não podemos mudar o clima, devemos mudar as pessoas do semiárido”. A discussão foi extremamente rica e trouxe para o debate elementos importantes que podem  melhorar a vida do homem e da mulher do campo.

Em seguida os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o campo experimental do INSA, uma propriedade no qual é realizado na prática as pesquisas desenvolvidas pela instituição.  No local, podemos encontrar uma grande diversidade de cultivo de Palma, bem como uma serie de outras espécies de plantas, frutos e hortaliças. Fizemos também, uma visita a estação de tratamento e reuso de toda água usada no INSA, após o uso ela passa por alguns processos e é colocada em reservatórios que serve para irrigar uma área plantada de palma em consórcios com algumas espécies nativas.

Segundo o Diretor do INSA Ignacio Salcedo “é possível construir um semiárido melhor, através da União dos produtores, dos agricultores/as, e de todas as pessoas que estão trabalhando com a terra. Esperamos que após essa visita, todos possam absorver conhecimento e possam trabalhar em suas localidades”.

Além da visita ao INSA, fomos até a comunidade de Pedrinhas D’água, município de Casserengue localizado na microregião de Curimataú/PB. Por lá, os agricultores/as do Rio Grande do Norte tiveram a oportunidade de conhecer alguns guardiões e guardiães de sementes.

As sementes crioulas fazem parte do patrimônio de diversos povos que ao longo dos tempos vêm conservando, resgatando, selecionando e valorizando diferentes variedades, mantendo a agrobiodiversidade adaptada a cada região. Embora sejam centrais na manutenção de relativo grau de autonomia das famílias agricultoras, muito frequentemente essas práticas de conservação e desenvolvimento da agrobiodiversidade passam despercebidas aos olhos de gestores públicos responsáveis por conceber e implantar políticas e programas para a agricultura. Esse quadro, no entanto, vem mudando.

Atualmente, assim como iniciativas com sementes crioulas em outras regiões do Brasil, as atividades realizadas pelas famílias agricultoras com as sementes da paixão, como são conhecidas no estado da Paraíba, começam a ser reconhecidas e apoiadas por instituições, ONG’s, Igrejas, entre outros. Dentre elas, destaca-se o trabalho de resgate, seleção, conservação e multiplicação das sementes articulado à manutenção de estoques por meio de bancos familiares e comunitários.

As visitas feitas nesses dois dias ao Estado da Paraíba, trouxe mais estímulos aos agricultores/as do Rio Grande do Norte, segundo Seu Joaquim Miguel da Silva “essa foi uma experiência para ser levada pro resto da vida, foi muito importante, tudo que foi visto e aprendido”. Essa também foi à opinião compartilhada pelos demais participantes do intercâmbio.

Ao termino da atividade, pode-se notar que todos os participantes tinham sido contemplados com as visitas e os debates, podendo colocar na sua bagagem de volta ao Estado do Rio Grande Norte, mais conhecimentos e muito mais vontade de trabalhar.

Chegada ao INSA

Professores responsáveis pelo Projeto da Palma Forrageira

Visita aos espaços do INSA



Reaproveitamento de água usada pelo INSA



Professor Daniel explicando como deve ser feito o corte da Palma para plantio




Visita a Comunidade de Pedrinha D'água, onde conhecemos os guardiões e guardiães de Sementes





 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

É no semiárido que a vida pulsa...

Uma das beneficiadas com o Programa Uma Terra e
Duas Águas (P1+2), na Serra de João do Vale, município de
Triunfo Potiguar/RN
Após sete meses de muito trabalho o Centro Padre Pedro Neefs já desenvolveu diversas atividades que possibilitaram as famílias agricultoras uma melhor qualidade de vida. Atualmente a ONG está executando um termo em parceria com o BNDES para a construção de tecnologias sociais nos municípios de Janduís, Triunfo Potiguar e Olho D’água do Borges.
 
Conviver com o semiárido é um modo de vida e produção que respeita os saberes e a cultura local, utilizando tecnologias e procedimentos apropriadas ao contexto ambiental e climático, constrói processos de vivência na diversidade e harmonia entre as comunidades, seus membros e o ambiente, possibilitando assim, uma ótima qualidade de vida e permanência na terra, apesar das variações climáticas.
Na última segunda (15) a equipe do Centro Padre Pedro Neefs concluiu 80 tecnologias sociais na Serra de João do Vale, Município de Triunfo Potiguar. A localidade sofre bastante com a estiagem e a falta d’água para produção de alimentos. As famílias relatam com alegria a chegada das cisternas calçadão e enxurrada e que agora eles podem ter água de qualidade no quintal das suas residências para poder plantar e colher, garantindo assim a soberania alimentar de toda a família.

Com a conclusão dessas tecnologias, já somam 125 cisternas calçadão e 70 cisternas enxurrada. Além de 30 barreiros trincheira. A democratização para o acesso a água é uma das principais bandeiras levantadas pela ASA (Articulação Semiárido Brasileiro). Através do Programa Um Milhão de Cisternas já foram construídas em todo o Brasil 800 mil tecnologias, o que contabiliza 8 bilhões de metros cúbicos de água. 800 mil mulheres, portanto, deixaram de carregar água na cabeça, pois agora podem encontrar água de qualidade na sua própria residência.

O centro Padre Pedro Neefs também irá lançar nos próximos dias o seu próximo candeeiro, o boletim informativo que conta a história das famílias agricultoras do semiárido brasileiro. A família escolhida é a de Francisco Floriano Filho conhecido por Novo, morador da Comunidade de Permissão, no município de Janduís. Ele junto com sua esposa e filhos, fez do terreiro da sua casa, um imenso campo de produção, e com a pouca água que tem, consegue plantar e colher nos seus alimentos.
A Convivência com o Semiárido tem como um dos princípios, a inclusão social das pessoas, bem como dos saberes marginalizados, com vistas à redução das desigualdades gritantes nessa região. Pois é no semiárido que a vida pulsa, é no semiárido que o povo resiste.

Políticas Públicas para as Mulheres do Sertão do Apodi.


A Educadora Inez Helena destaca a importância de garantir
a participação das mulheres no acesso as políticas públicas
Nesta segunda-feira (15), o Centro Padre Pedro Neefs recebeu a visita de Inez Helena Muniz Garcia, assessora técnica do CF8 (Centro Feminista Oito de Março). Inez é Carioca, Educadora e está trabalhando no projeto chamado MULHERES NO TERRITÓRIO DA CIDADANIA, ARTICULAÇÃO, PARTICIPAÇÃO E ACESSO AS POLÍTICAS PÚBLICAS. O CF8 executa esse projeto em parceria com o ministério do desenvolvimento agrário.

O trabalho começou em julho com a formação da equipe técnica, logo em seguida, houve o encontro com as mulheres do Território do Sertão do Apodi e do Assu/Mossoró. Inez destaca que a vinda dela a nossa cidade tem o foco principal, nesse primeiro momento de articular as mulheres para se envolver no projeto. A reunião foi feita no SINTRAF e contou com a presença das mulheres sindicalistas, além de representantes das associações comunitárias e o Centro Padre Pedro Neefs.

O Centro Padre Pedro Neefs é um dos parceiros no município
desse importante projeto.
Ela acrescenta ainda, que pretende ouvir as pessoas de Janduís, suas expectativas, dificuldades e demandas em relação a participação no grupo de mulheres, visando principalmente uma capacitação dessas mulheres para o acesso a políticas públicas. Pois é sabido do grande número de programas e projetos para as mulheres, porém, é notório também as dificuldades que essas mulheres enfrentam para acessar a essas políticas.  As dificuldades surgem principalmente por falta de documentação ou pela elaboração de projetos.

Tentando solucionar esse problema, acontecerá no território do sertão do Apodi uma capacitação para as mulheres visando, o acesso as políticas públicas e contará com a participação de representantes de todos os municípios do território. Essas mulheres depois serão multiplicadoras em seus municípios. Além disso, acontecerá em todo o Estado Mesas de Conversas Temáticas, para que os municípios levem para esses encontros suas demandas em relação as necessidades quanto as políticas públicas. Esse trabalho segue até julho de 2015.

Inez continuará fazendo essas visitas de mobilização e a expectativa é que o trabalho surta efeitos positivos na vida das mulheres dos territórios do sertão do Apodi e do Assu/Mossoró. A educadora também destaca a importância de se criar uma rede de educação infantil na zona rural. Segundo ela esse é o principal desafio. Porém acredita que o “ideal comande real”, para que isso aconteça, precisa do esforço e da colaboração de cada um de nós.
Coordenadora Institucional do Centro Padre Pedro Neefs Joelma
Menezes ao lado da Educadora e Assessora Técnica do Projeto Inez Helena.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Candeeiros na Feijoada do CS.


Os candeeiros são os boletins informativos da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro)
No último sábado (13), o Professor e Colunista Social Cácio Santos, recebeu amigos para brindar ao dom da vida e da alegria na quarta edição da Feijoada do CS, na Casa da Música, Em Janduis/RN.  O evento como sempre muito bem organizado e contou com a participação de um grande número de pessoas. Nesta quarta edição, um dos seus parceiros foi o Centro Padre Pedro Neefs. A ONG acredita que é importante apoiar iniciativas como essa, de valorização da cultura popular.

Os jovens Carlito Bandeira e Ana Regina entregando os candeeiros
a Vereadora Lázara Maia, a Coordenadora do P1+2 Martilene Duarte
e ao Comunicador Popular Adriano Oliveira.
Durante toda a tarde foi entregue aos convidados os Candeeiros da instituição, também chamados de boletins informativos. Estes são uma importante ferramenta para troca do conhecimento. Ele cumpre importante papel na valorização e na reorganização do saber construído e acumulado localmente, além de promover a geração de novos conhecimentos.

As sistematizações contam a história de vida dos/as agricultores/as e com o conhecimento dela contribuiu no crescimento da propriedade e, consequentemente, da sua vida.
 
 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

AMPLIANDO A RESISTÊNCIA, FORTALECENDO A CONVIVÊNCIA.


Comunicar quando? Já.


Foi imbuído por esse sentimento de fazer acontecer à comunicação popular no semiárido brasileiro, que durante os dias 09,10 e 11 de setembro, todos os Comunicadores Populares, Assessores Pedagógicos, Coordenações Estaduais e outros entidades importantes estiveram reunidos no Hotel Casa Grande em Gravatá-PE.

O encontro foi preparado pela Articulação Semiárido Brasil (ASA Brasil). Estiveram presentes quase todos os comunicadores da ASA Potiguar. O tema norteador do evento foi "Comunicação popular e comunitária no Semiárido", com palestra de Cecília Peruzzo Professora de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, além de nomes importantes como Valquíria Lima e Neidson Batista que são coordenadores da ASA Nacional. Além de palestras, também houve oito oficinas e reunião de grupos de comunicadores, por Estados, presentes no evento.

O debate político acerca da Comunicação Popular foi muito importante. Os presentes puderam expor suas ideias e sugerir novos caminhos para o fortalecimento da Comunicação Popular da ASA, tendo em vista, sua importância para o processo de construção de um semiárido cada vez melhor de se viver.

Adriano Oliveira, Comunicador Popular do Centro Padre Pedro Neefs, participou do evento e destacou a importância de vivenciar novas experiências e aprendizados relacionados à diversidade cultural do semiárido brasileiro. O encontro foi mais um momento importante na construção desse debate que a cada dia ganha mais força.
Acolhida dos Estados

Equipe da ASA Nacional

Mesa do debate

Asa Potiguar apresentando a proposta de logo para o Enconasa.

Asa Potiguar

Adriano Oliveira apresentando a avaliação do evento representando a ASA Potiguar.
 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ASA discute Programa sobre Desertificação com Secretário de Recursos Hídricos.


A ASA Potiguar, representada pelo Agrônomo José Procópio de Lucena, da coordenação estadual e Serviço de Apoio aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC), e outras cinco instituições da Rede ASA do Rio Grande do Norte tiveram audiência com o Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), Luciano Cavalcanti Xavier, neste dia 26, às 10 horas, na sede da Secretaria. Estavam presentes instituições da Rede ASA – SEAPAC, Associação de Apoio às Comunidades do Campo (AACC), Centro de Estudos e Assessoria Aplicados ao Desenvolvimento (CEAAD) e a Cooperativa do Trabalho Multidisciplinar Potiguar (TECHNE), além Laélia de Melo, pelo Governo do Estado, e Sérgio Ricardo, da SEMARH. Em pauta, assuntos relacionados com o Programa Estadual de Prevenção e Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca.

Inicialmente, o Agrônomo José Procópio fez uma breve exposição sobre o que é, como surgiu, concepção política, área de atuação e o trabalho da ASA Potiguar. Ele elencou pontos como a biodiversidade, mudanças climáticas, agroecologia, desertificação, entre outros. Um dos pontos apresentados foi a luta da ASA por políticas públicas para a convivência com o Semiárido, incluindo os Programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que proporcionam às famílias do campo as tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para beber e para a produzir alimentos (cisternas, barreiros trincheira, barragem subterrânea e outras). “Não é só levar às famílias a tecnologia social. É dada toda uma formação política, técnica e metodológica do uso das tecnologias e da água que elas proporcionam”, realçou José Procópio.

O principal ponto da pauta, o Programa Estadual de Prevenção e Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca, já existe, mas falta ser implementado. “Inclusive, nós, da ASA, estivemos na construção do Plano”, relatou Procópio. Os representantes das instituições presentes solicitaram do Secretário o compromisso de implementar o Programa, que está parado. “O Rio Grande do Norte é o que está mais atrasado na implementação do Programa. E o governo precisa agir para deixar um legado do Estado. E o senhor, Secretário, tem o perfil para deixar esse legado para o Estado; o senhor pode fazer isso”, afirmou José Procópio. Segundo José Procópio, existe a proposta de um Projeto de Lei, na Assembleia Legislativa, definindo uma Política Pública do Estado sobre a Desertificação, mas está parado.

O Secretário Luciano Cavalcanti atendeu ao pedido e disse que dentro de oito dias dará uma resposta às instituições sobre os encaminhamentos por parte do Governo do Estado.“Eu vou dar a minha contribuição, porque entendo que essa questão da desertificação está avançando na velocidade geométrica e nós estamos andando velocidade aritmética”, disse o Secretário. Ele acrescentou que vai conversar com o setor da Secretaria encarregada desse trabalho e, se for necessário, entrará em contato com o Deputado Fernando Mineiro, autor do Projeto, para tomar pé da situação e fazer os encaminhamentos que forem necessários.

Por José Bezerra

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Reunião do Fórum das Associações


Representantes das Associações Comunitárias de Janduís.
Aconteceu nesta segunda-feira (25) a reunião ordinária do Fórum dos Movimentos Populares de Janduís na sede do SINTRAF. O encontro acontece mensalmente e conta com a participação dos representantes das associações comunitárias, da direção do SINTRAF, entidades e ONG’s parceiras.

Na reunião foram discutidos pontos importantes, dos quais destacamos:

ü  Congresso da FETRAF – acontecerá nos dias 27 e 28 de Agosto em São Paulo do Potengi/RN. Janduis enviará três participantes para o evento, que tem por objetivo prorrogar o mandato da mesa diretora.

ü  Processo Eleitoral 2014 – Raimundo Canuto destacou a importância de votar em candidatos comprometidos com o município de Janduis e as causas sociais, e citou a importância de Mineiro para Deputado Estadual, Eraldo Deputado Federal, Fátima Senadora, Robson Governador e Dilma Presidente nesse processo.

ü  Comemoração em homenagem ao dia dos pais que acontecerá no dia 31 de agosto na Comunidade de Permissão.

Além disso, Joelma Menezes e Dário Arruda coordenadores do Centro Padre Pedro Neefs, explicaram para os presentes como é feita a compra e distribuição do Caráter Produtivo do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Essa distribuição ainda não estava clara para algumas pessoas, logo em seguida foram retiradas as dúvidas, e os coordenadores puderam expor a importância desse programa para Janduis e principalmente para as famílias que vivem no campo.

Wigna Brito Presidente do Fórum

Joelma Menezes Coordenadora Institucional do
Centro Padre Pedro Neefs

Raimundo Canuto Presidente do SINTRAF/JANDUÍS

Dário Arruda coordenador do Centro Padre Pedro Neefs
 

CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO


Programa Uma Terra e Duas Águas muda a paisagem
do Semiárido Potiguar.
O Centro Padre Pedro Neefs comemora os resultados positivos da execução do termo do BNDES do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). A equipe do programa acredita que vem cumprindo com as metas exigidas, além disso, estamos conseguindo atingir o principal objetivo do programa que é fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no Semiárido brasileiro, promovendo a soberania, a segurança alimentar e nutricional, além da geração de emprego e renda às famílias agricultoras, através do acesso e manejo sustentáveis da terra e da água para produção de alimentos.

O Centro Padre Pedro Neefs tem atuado em três municípios potiguares. Além das famílias de Janduís, são contempladas também as famílias de Olho D’água do Borges e Triunfo Potiguar. Com apenas sete meses de execução do projeto, a imagem do semiárido do oeste potiguar começa a mudar. Já foram construídas 201 tecnologias sociais ao longo desse processo. Sendo 113 cisternas calçadão, 25 Barreiros Trincheira e 63 Cisternas Enxurradas, além dos cursos em Manejo de Água e das capacitações para produção de alimentos.

Uma das mais fortes imagens construídas do semiárido brasileiro é a da seca. De fato, a escassez de água se apresenta como uma realidade concreta e um dos grandes pontos de estrangulamento do desenvolvimento social, porém, acreditamos que é possível sim conviver com a estiagem e uma das principais experiências de sucesso são as tecnologias sociais da ASA. Pois além da construção é feito também a formação educativa para utilizar aquele recurso.

Durante a semana recebemos também a Visita de Iris Santana auditora fiscal da PIMC (Programa Uma Milhão de Cisternas), que veio a nossa instituição orientar e fiscalizar o uso correto dos recursos, a mesma parabenizou o Centro Padre Pedro por sua organização, ética e moral na utilização dos recursos e no trabalho que vem desenvolvendo com o P1+2.

O Centro Padre Pedro Neefs também contou no seu boletim a história da Família de Dona Da Paz e Seu Antonio, moradores da Serra de João do Vale em Triunfo Potiguar. A família vive exclusivamente da agricultura, onde conseguem produzir diversos tipos de alimentos, gerando renda e garantindo a segurança alimentar da familiar. Sistematizar experiências de sucesso é também um importante objetivo do P1+2.

Com o uso da construção dos Barreiros Trincheiras executados pela equipe do Centro Padre Pedro Neefs, recebemos essa semana a visita da equipe de animadores e técnicos do Centre Feminista Oito de Março (CF8), que veio conhecer o processo de construção dessa importante tecnologia de convivência com o semiárido. O CF8 é uma instituição parceira do Centro Padre Pedro Neefs e também está executando um termo do BNDES. Eles têm sede em Mossoró e atuam também em outras regiões do nosso Estado.

É com transparência e respeito que a equipe do Programa Uma Terra e Duas Águas vêm desenvolvendo seu trabalho junto às famílias agricultoras.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

ASA Potiguar avalia comunicação e metodologia de capacitação



Três momentos marcaram as atividades da Asa Potiguar, nos dias 19 e 20 deste mês, em Caicó. No dia 19, o Grupo de Trabalho Desertificação discutiu a organização e reestruturação do grupo. “Queremos que o grupo não fique só no debate da desertificação, mas da agrobiodiversidade, ampliando mais os temas, como mudanças climáticas, a própria desertificação, a biodiversidade e sementes”, relatou Paulo Segundo, da coordenação da ASA Potiguar. Segundo ele, também foram discutidas algumas ações, entre as quais realizar um diagnóstico no Rio Grande do Norte sobre questões como as sementes e os agricultores.

O GT também decidiu procurar a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), para iniciar uma discussão sobre o Plano Estadual de Combate à Desertificação. Outra decisão dos participantes do grupo foi mudar a denominação de GT Desertificação para Grupo Temático da Agrobiodiversidade. A próxima atividade será uma audiência com o Secretário da SEMARH, Luciano Cavalcanti Xavier, no dia 26 deste mês, às 10 horas, na sede da Secretaria, em Natal.

Os comunicadores populares da ASA também se reuniram na tarde do dia 19 e fizeram uma avaliação do trabalho, inclusive levantando pontos que necessitam ser melhorados e conversados com a coordenação estadual da ASA. Também viu a proposta de um Projeto de “Comunicação para a Mobilização Social – uma estratégia de fortalecimento da ASA”. No final da tarde e à noite, os comunicadores apresentaram o resultado do trabalho à coordenação estadual da ASA, para os encaminhamentos e demandas do IX Encontro Nacional da ASA (IX ENCONASA), que será realizado em Mossoró, no próximo ano.

A atividade da manhã do dia 20 foi uma partilha das instituições que compõem a Rede ASA Potiguar, sobre a metodologia utilizada nas capacitações sobre “Gestão de Água para Produção de Alimentos (GAPA)” e o “Sistema Simplificado de Manejo de Água (SISMA)”. À tarde, em cinco grupos, os participantes apresentaram os pontos das capacitações GAPA e SISMA que não devem ficar de fora. Cada grupo socializou o “rol” de pontos elencados e repassou para a coordenação da ASA, que fará a sistematização e partilhará com as instituições. A última atividade da tarde foi a apresentação da arte (logomarca) do IX ENCONASA, feita por Caio Xavier. A coordenação da ASA se dará a palavra final na próxima reunião estadual. O propósito é apresentar a arte do IX ENCONASA no Encontro Nacional de Comunicação da ASA, que será realizado em Pernambuco, de 9 a 11 de setembro.

Colaboração: José Bezerra
 

Parte dos Comunicadores Populares com a coordenação da
ASA Potiguar.
 
Dário Arruda expondo a forma de trabalho que é realizado
pelo Centro Padre Pedro nos cursos de GAPA e SSMA.


Material produzido pelas UGs.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Candeeiro conta história de Família de Triunfo Potiguar.

Geração de Renda e Felicidade longe das “luzes da Cidade”
As famílias agricultoras estão cada vez mais encontrando formas de resistir a regiões com estiagem, buscando sempre novas alternativas de convivência com o semiárido. Muitos são os casos de sucesso. Um dos fatores importantes para essa permanência e êxito das famílias é a Agricultura Familiar. Ela se destaca por desenvolver culturas variadas e que, apesar da pequena escala, distinguem-se por sua qualidade e por sua característica altamente distribuída. A possibilidade da geração de renda em regiões distantes de centros industrializados oferece as famílias envolvidas nesse processo, uma alternativa de permanência do homem e da mulher no campo.

Quando falamos em sucesso na Agricultura Familiar, imediatamente nos remetemos ao casal Maria da Paz da Silva e Antônio Segundo Eloi da Silva, moradores da Chã Velha na Serra de João do Vale, município de Triunfo Potiguar. A família sempre morou nessa localidade e tendo a agricultura como principal fonte de renda. Eles contam com entusiasmo que pretendem viver até o fim da vida no seu pedacinho de chão daquele paraíso.

Da Paz e Seu Antonio tem quatro filhos, Hudson, Wildinilson, Geane e Anderson, todos eles também são agricultores. Toda a família é envolvida na produção e comercialização dos produtos, cada um deles tem uma função. O trabalho é desenvolvido em equipe, os homens produzem o composto, com esterco e restos culturais e os canteiros da horta, as mulheres se encarregam da colheita e de agregação de valores através da embalagem dos produtos.

A propriedade apesar de pequena se tornou um grande potencial de produção, em virtude do trabalho e empenho da família. No começo, a produção era mais voltado para a plantação de feijão, fava e milho. Apesar de conseguir gerar renda com esses produtos, Da Paz teve a ideia de aumentar ainda mais sua produção, com isso, ela começou a plantar e vender coentro, alface, cebolinha, pimentão, tomate cereja, mamão e maracujá. Com essa diversidade na sua produção, eles tiveram um aumento significativo na renda da sua família. É importante destacar também a segurança alimentar da família, pois, aquilo que vai para mesa na hora das refeições, vem das plantações e do trabalho de Da Paz, Seu Antonio e dos seus filhos.

Um dos fatores importantes da Agricultura Familiar é a questão ambiental, tendo em vista, que práticas adotadas no plantio e colheita são ambientalmente mais sustentáveis, em função, principalmente de sua característica de produção em pequena escala e por evitar os riscos proporcionados pelas monoculturas de grandes propriedades.

Dessa forma, o que é plantado na propriedade de Da Paz e Seu Antonio são alimentos orgânicos ou obtidos por meio da agroecologia. O que se conclui que esses alimentos são muito mais saudáveis, além da responsabilidade socioambiental da família.

Outro detalhe importante é que Da Paz também produz e comercializa doces e remédios fitoterápicos. Tudo que é produzido com carinho e dedicação pela família é vendido na Feira Livre do município de Jucurutu/RN. Com todo esse trabalho coletivo e com essa responsabilidade ambiental, a família consegue viver dignamente daquilo que produz.

Com a chegada do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), a expectativa de Da Paz e Seu Antonio é de continuar produzindo seus produtos com mais segurança, tendo em vista a escassez de água da região. Eles poderão agora armazenar água, já que a cisterna calçadão tem capacidade de 52.000 mil litros. Da Paz é só alegria, segundo ela “pra mim essa cisterna trará muitas felicidades, estou muito satisfeita com ela, é uma alegria ter uma riqueza dessa na minha propriedade.”

Entre dificuldades e conquistas, muitas famílias resistem no campo. Apesar dos problemas e do discurso que associa felicidade com as grandes cidades, cresce o número de famílias que apostam na permanência no campo como caminho para uma vida mais feliz.
 
Da Paz e Seu Antônio que é possível sim, ser feliz no campo.


O carinho na hora de cuidar das hortas

Trabalho e Dedicação a Agricultura Familiar é o que faz de Da Paz
e Seu Antônio pessoas felizes 

Expectativa com a chegada do P1+2